— Documento de trabalho [1] —

A Assembleia Plenária do Pontifício Conselho da Cultura, que se realiza entre os dias seis e nove de fevereiro, vai refletir sobre as culturas juvenis emergentes, a partir do «documento de trabalho» que vamos apresentar a partir de hoje no «Laboratório da fé»:

A Assembleia Plenária deseja colocar-se à escuta da «questão dos jovens», que estamos a viver nos diversos continentes, para compreender a situação dos jovens. Sem conhecer a realidade cultural em que os jovens vivem, a ação pastoral corre o risco de oferecer respostas a perguntas que ninguém faz. Hoje, a realidade juvenil está marcada pela complexidade, fragmentada em diferentes tipologias, sem um modelo único e homogéneo, diversificado segundo a influência da família, da economia, do ambiente social, da formação. A nossa reflexão e a nossa ação não se refere à juventude, mas aos jovens.
A análise limita-se às culturas adolescentes e juvenis entre os 15 e os 29 anos. A escolha está determinada pela precocidade, que é a característica das culturas juvenis, devido ao hiperestímulo e às enormes possibilidades comunicativas da cultura visual dominante. Isto tem provocado, no tempo contemporâneo, um adiamento da saída do âmbito parental e, ao mesmo tempo, um atraso em alcançar a verdadeira independência, pela falta de trabalho e, consequentemente, um adiamento da idade do casamento. A marginalização social das novas gerações obriga a prolongar cada mais o período da juventude, presas no síndrome de Peter Pan, isto é, a criança que não quer ou a quem não deixam crescer.
É evidente que existe uma «questão do jovem» na Igreja, devido, entre outras coisas, à evidente dificuldade na transmissão da fé. Antes de começar a propor «boas práticas» de evangelização, precisamos de uma visão de conjunto sobre as transformações culturais e sociais, os conflitos intergeracionais, os problemas da família. Escutar as novas gerações, considerar a sua condição, é uma boa oportunidade, além de ser uma exigência para os adultos e para as comunidades cristãs. Estamos, pois, perante um novo fenómeno que requer uma nova compreensão e uma nova formulação. Os jovens são indicadores sensíveis das contradições sociais em que vivemos. Em certo sentido antecipam a evolução da sociedade. Não se pode fazer qualquer juízo sobre eles sem um esforço prévio de reflexão.

© Pontíficio Conselho da Cultura
© Tradução de Laboratório da fé, 2013, a partir do texto oficial em espanhol

Postado por Marcelino Paulo Ferreira | 2.2.13 | Sem comentários
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