— Terceira Semana [no Ciclo C de Cortés (RD-Herder)] —
Nós, cristãos, recebemos todos os dias uma boa semente
«Temos que estar orgulhosos de ser pequenos;
e tomar consciência de que a nossa pequenez é a nossa força»
Jesus tinha poucos meios à sua disposição para desenvolver o seu programa: não pôde contar com os seus, os de Nazaré, onde se tinha criado; onde, no evangelho segundo Lucas, deu início à sua missão (DOMINGO: «Jesus voltou à Galileia, com a força do Espírito [...]. Foi então a Nazaré, onde Se tinha criado); nem pôde contar com os representantes religiosos, que o acusavam de pactuar com o diabo (SEGUNDA: «Está possesso de Belzebu»); nem com os seus próprios familiares (TERÇA: «Quem é minha Mãe e meus irmãos?»).
Evidentemente, muito menos com os ricos ou os poderosos. Teve que criar uma família nova e pequena, como uma semente (QUARTA: «Saiu o semeador a semear»), para pôr em marcha o Reino de Deus.
Nós, cristãos, recebemos em cada dia uma boa semente, o Evangelho, que representa a base do nosso programa de renovação; mas não sabemos fazê-la frutificar («Caiu em terreno pedregoso»); colocamos mal a luz (QUINTA: «Quem traz uma lâmpada para a pôr debaixo do alqueire ou debaixo da cama?»); desconfiamos da sua potencialidade ao vê-la tão pequena e tão pouca (SEXTA: «É a menor de todas as sementes»). E, contudo, o pequeno encerra uma enorme potencialidade como aquele menino que deu vida nova a anciãos como Simeão e como Ana (SÁBADO: «Simeão, homem justo e piedoso [...]. Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser»).
O Reino não se tornará real enquanto continuarmos a pôr a nossa confiança no grandioso, o multitudinário, o poderoso, o rico. Daí não sairá nada. É o pequeno que produz mudanças. Temos que estar orgulhosos de ser pequenos; e tomar consciência de que a nossa pequenez é a nossa força.
© tradução e adaptação de Laboratório da fé